Pesquisadores associados

Jamille Pinheiro Dias

Dr Jamille Pinheiro DiasSou atualmente pesquisadora associada na Universidade de Manchester, onde trabalho no projeto Culturas do Antirracismo na América Latina, financiado pelo Conselho de Pesquisa em Artes e Humanidades (AHRC) do Reino Unido. Antes de vir para Manchester, fiz pós-doutorado em Estudos da Tradução no Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo (DLM-USP), onde concluí também doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês em 2016, após defender a tese “Peles de papel: caminhos da tradução poética das artes verbais ameríndias”. Em ambas as ocasiões, fui bolsista da CAPES.

As artes ameríndias, os estudos de tradução e o ativismo político, social e ambiental na América Latina, com foco no Brasil, estão entre meus principais interesses de pesquisa. Fui pesquisadora visitante na área de Culturas Ibéricas e Latino-americanas na Universidade de Stanford e estagiária de docência no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP). Colaborei com o Centro de Globalização e Estudos Culturais da Universidade de Manitoba no projeto Brazil/Canada Knowledge Exchange, do Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais e Humanidades do Canadá (SSHRC). Além disso, participei do projeto Poéticas Amazônicas na Universidade de Princeton, ao lado de pesquisadores e artistas indígenas e não indígenas, em uma parceria entre o Brazil LAB/Princeton e o Museu Nacional/UFRJ.

Dentre as minhas publicações, há o capítulo “Reshuffling Conceptual Cards: What Counts as Language in Lowland Indigenous South America”, parte da antologia Glocal Languages and Critical Intercultural Awareness: The South Answers Back (Routledge, 2019), organizada por Manuela Guilherme e Lynn Mario T. Menezes de Souza; e os artigos “Creativity as Transformation in Amerindian Poetics: Toward Literary Deterritorialization in Brazil” (Romance Notes, 2017), “Para não recortar a terra pelo meio: Tradução xamânica e ecologia sem naturalismo em ‘A queda do céu’” (Letterature d’America, 2016) e “Concepts and Contests in the Translation of Indigenous Poetics in Brazil” (Tusaaji: A Translation Review, 2015). Além de me dedicar à pesquisa e ao ensino, minha atuação como tradutora na área de Antropologia Social me levou a traduzir trabalhos de Marilyn Strathern, Alfred Gell, Eduardo Viveiros de Castro e Gayle Rubin, dentre outros.

Carlos Correa Angulo

Dr Carlos CorreaSou atualmente pesquisador associado da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Manchester. Fiz doutorado em Antropologia no Centro de Altos Estudos e Pesquisas em Antropologia Social (CIESAS), no México, tendo realizado trabalho de campo durante 13 meses em Belize, investigando linhas de construção de identidades crioulas afrodescendentes, mobilização política e nacionalismo contemporâneo impulsionado pelo Estado. Concluí mestrado em Antropologia Social também no CIESAS, no campo da Antropologia Jurídica, concentrando-me nas comunidades negras mexicanas, no modo como a socialização se dá nas relações familiares, na “raça”, no gênero e na beleza no contexto de lutas por reconhecimento.

Realizei trabalho de campo na Colômbia, investigando o racismo e a construção de categorias étnico-raciais no contexto do reconhecimento, do multiculturalismo e da identidade a partir de enfoques linguísticos e da análise do discurso, em organizações civis e ativistas na costa caribenha da Colômbia. Ao analisar os gêneros musicais da champeta e do vallenato, além de narrativas de acontecimentos discriminatórios, tenho me concentrado na forma como a relação entre inclusão/exclusão pode ser vivenciada por atores em diferentes contextos públicos ou privados, tais como espaços familiares, escolares ou de entretenimento.

Fiz bacharelado em Linguística e Literatura na Universidade de Cartagena, pesquisando narrativas de racismo produzidas por crianças e adolescentes de escolas públicas e privadas em Cartagena. Meus interesses de pesquisa também incluem a análise literária, em particular o romance e a poesia de escritores negros caribenhos que não são bem reconhecidos pelo cânone literário colombiano.

Ana Vivaldi

Dr Ana VivaldiSou pesquisadora associada da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Manchester, onde estou participando do projeto Culturas do Antirracismo na América Latina. Ao lado dos professores Ignacio Aguiló, Ezequiel Adamovsky e Alejandro Frigerio, investigarei como a arte tem feito frente ao racismo na Argentina, assim como as transformações da desigualdade racial no país.    

Minha pesquisa trata da política da indigeneidade e da raça no âmbito do espaço, da cidade e das mobilidades, por meio de um enfoque na corporificação, no afeto e no gênero. Nos 18 meses de trabalho de campo aos quais me dediquei no meu doutorado, acompanhei as maneiras pelas quais indígenas urbanos de Buenos Aires enfrentam a segregação espacial e a racialização, indigenizando a cidade, por meio de mobilidades que os ligam aos seus territórios e a outras comunidades urbanas. Mais recentemente, tenho voltado minha atenção para as formações de raça e masculinidade no exército argentino, investigando a experiência dos homens indígenas que serviram no exército. Ainda que o projeto no qual trabalho atualmente seja caracterizado por debates com pesquisadores que trabalham com indigeneidade e raça, política urbana e espacial, gênero e corporificação, assim como os estudos latino-americanos, meu trabalho decorre de relações de longa data, estabelecidas no início dos anos 2000, com comunidades indígenas que vivem na Argentina. 

Dentre os resultados do meu trabalho, há escritos dialógicos com intelectuais indígenas, publicações em revistas acadêmicas de língua inglesa e espanhola, artigos breves sobre assuntos atuais, exposições comunitárias e participação ativa em conferências internacionais. Traduzi artigos escritos por indígenas, ativistas e feministas para disseminação em inglês. 

Fiz licenciatura em Antropologia na Universidade de Buenos Aires, e completei meu doutorado na Universidade de British Columbia em 2016, onde lecionei como instrutora entre 2014 e 2019. Em 2017, tornei-me pesquisadora visitante da Escola de Estudos Internacionais da Universidade Simon Fraser.